quinta-feira, 30 de julho de 2009

Game over ou ganha um ovo

Trilha sonora -> http://www.youtube.com/watch?v=p1mujnb4-uo

Atendendo a pedidos.

Experiencias game over ou ganha um ovo.

Sabe aqueles dias em que tu so queres saber de ficar deitado dormindo, mas tem que levantar e ir trabalhar, porque nao tem outro geito (honesto) de ganhar dinheiro?
Poise. Falando nesses dias, ai vai mais uma das boas.

Aqui agente chama esse tipo de rodizio como ni-coutai, ou seja, voce trabalha uns tantos dias durante o dia (hirou-kin) e outros tantos durante a noite (iya-kin). Essa semana eu trabalhei de iya-kin, entao essa historia se passa na semana de hirou-kin.
Domingo de folga e segunda de hirou-kin.
Cansado, com os olhos tao pesados que parecem ser puxados por um tijolo. Final de primavera, chove quase todo dia. Pela janela nao parece tao feio. Tambem, tem duas cortinas e um vidro fume entre mim e la fora.
Tu se preparas com um cafe da manha daquele geito, reforcado. Pao com queijo e presunto e 1 litro de leite com nescau, isso sim e vida. Toma aquele banho e se arruma pra o trabalho.
Sao seis da manha. Tu tens que chegar ao trabalho antes das sete. Pegou tudo. O uniforme fica na fabrica. Tu so precisa estar acordado e pedalar uns 10 minutos pra chegar ao trabalho.
O dia esta escuro mas nao esta feio como o dia anterior, que foi so chuva. Mas a rua esta molhada, a bike nao tem para-lama, ja comecou a ficar triste o dia.
Dois minutos pedalando e ja estou todo molhado.
Pra completar vem passando um maldito japones com o kei-toraku (caminhao pequeno que mais parece um brinquedo, tao pequeno que so cabem duas pessoas na cabine), nao freia na esquina e passa com tudo em uma poca de lama. Ja da pra imaginar a miseria que foi.
Nao podendo fazer nada, o geito e continuar a pedalar e chegar logo ao trabalho.
Do nada. Literalmente. Um pau d'agua cai de repente.
Falando em pau-d'agua. Tenhu umas fotos interessantes do festival da fertilidade. Hummm. O Fabiano do Buteco vai adorar as fotos. Hehe hehe
Voltando ao dia memoravel.
Chegando ao trabalho todo ensopado. Tu se enxuga, troca de roupa e recebe a maravilhosa noticia. Tem muita tranqueira no patio. Entao o chefe selecionou dois dos mais novatos pra irem trabalhar la fora nesse dia. O diazinho miseravel.
Depois de quase 10h trabalhando em baixo de chuva e vento frio. Depois de tomar quase umas 20 pilulas de benegripe e uns 2 litros de Oolon tea. Ta na ora de voltar pra casa.
Pra salvar o dia, o chefe fala que no outro dia outros dois vao trabalhar no patio. Tomara que nas contas dele eu nao esteja entre os outros dois de novo. As vezes isso acontece aqui no Japao. hehe hehe
Seca o corpo, troca de roupa, prepara o animo e pedal pra que te quero.
Nao esta mais chovendo, mas ainda tem muita agua na rua. Pedalando e olhando pra todos os lados. Se certificando que nao vai mais aparecer outro maldito kei-toraku (kei e apelido de um carro pequeno que tem aqui e toraku vem do ingles truck, entao small truck pode ser a traducao mais proxima) pra me fazer querer matar alguem.
Chega em casa cansado e estressado e tu repara na surpresa.
Tu esqueceste a janela da sala aberta. O vento assoprou agua pra dentro do apartamento e molhou a metade da sala. Alem de um dia inteiro embaixo d'agua, agora tu vai ter que passar a noite em cima da maldita agua.
Isso sim e um game-over.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Tenha um bom dia


Você sabe como é ter um bom dia?
Eu tento todos os dias ter um bom dia, mas sempre acontece algo pra quebrar a linha e me tirar do sério.

Um dia perfeito começaria assim:

Café-da-manhã, chego em casa lá pelas cinco e meia da manhã, tomo aquele banho bem gelado pra aguentar o calor que tá fazendo aqui em Tokyo, como aquele cereal com leite e, opa, cade o bendito leite? Já começou o dia avacalhando.
Rezolvido o problema com a ajuda do 7-Eleven, agente continua o dia.
dai agente põe aquela bermuda que espanta tubarão, aquela meia que fede mais que couro de boi com tres dias na salmoura e aquele tenis velho pra ir pra academia, chegando lá dá uma olhada em volta e pede a papeleta pra por o teu nome na lista de alguma máquina e, não acredito, a que vai desocupar mais cedo é pras onze e meia. Nem fu..... Compra um suco e começa a correr de volta pra casa.
Beleza. Toma-se um banhoso daqueles e cai na cama pra relaxar por umas horas.
Mas então, tátátátátátá...
Só pode ser brincadeira. Algum imbecil inventa de começar uma obra do lado do meu prédio justo no dia que eu resolvo parar cedo pra descançar? Isso só pode ser brincadeira. E de muito mal gosto. Daí tu põe aquele bom e velho Rising Tied pra rolar e tenta dormir um pouco.
Arfff...
Já são quase 18h. Tá na hora de se esticar, jogar aquela água na lata pra despertar e vamos pra cozinha fazer algo pra comer.
Hummm, deixa eu ver aqui. Salada, macarrão, arroz, bife, não pode faltar o bom e velho bife. De boa. Aqui vamos nós. Mas então, que me... é essa? Era só o que me faltava, o fogão bichou de novo. Eu sabia que era pra eu ter comprado logo outro novo. Arfff...
Lá vamos nós pra o tiozinho chines da esquina. Esse velho é o meu Sassá Mutema. O meu salvador da pátria. Jantar solucionado e comido, vamos trabalhar, porque se não trabalha não tem dinheiro no fim do mes.
Caminhando agente chega lá. Na estação de trem é um luxinhu. Compra o kipu, passa na catraca, desce a escada rolante, senta no banco dentro da cabine refrigerada e então o quase impossível acontece. Devido aos ventos fortes, a linha inteira teve que ser suspensa por um mínimo de 20 min. Só comigo pra acontecer dessas coizas. Os trens daqui não atrazam nunca e justo hoje ele vai demorar mais de 20 min pra chegar. O geito é caminhar. Nada que 30 min de caminhada não ajude a relaxar a mente. Arfff...
Hummm...
Noite de lua. Meio de mes. Sinal de casa cheia. Dito e feito. Normalmente a casa enche depois das duas da manhã. Ainda são 23h e já estamos quase lotados. E que de repente agente escuta lá no meio um ruído que ninguém gosta de escutar. Pronto. Lá se vai mais um copo de cerveja. E lá vai eu procurar uma das meninas pra limpar o lugar. Tudo terminado e limpo. A bagunça não pára. Já passando das 3h da manhã e a bomba aparece, cade a caixa de cerveja que tava aqui? Já saiu faz tempo. Lá se foi a última caixa de Corona e eu só tenho mais da metade da garrafa de Grey Goose. Ainda bem que o povo já tá indo. Depois da tormenta, vem a calmaria.
Quase 6h da manhã. eu terminando de arrumar tudo. Depois de pagar as meninas. O DJ. Os ajudantes de papai noel vem mais uma bomba. As patroas filipinas vão já chegar.
Arfff...
Só depois das 8 que eu vou chegar em casa.
Cansado. Estressado. Esfomeado. Cítrico. Agente chega em casa.
Já são quase dez horas da manhã.
E o dia começa igualzinho o que acabou de passar.
Cade o maldito leite que tava aqui na geladeira ontem de manhã?
Salve o 7-Eleven...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Why do all good things come to an'end???

pe.1: leia este texto escutando essa música -> http://www.youtube.com/watch?v=ScsTT749-2g&feature=fvsre1
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Caraca,
Não sei como posso dizer algo assim,
Não sei com que palavras posso descrever algo assim,
Não sei em que língua eu poderia explicar o que sinto.
A única coisa que eu realmente sei é,

Como eu amo a minha vida.

Olhe no espelho,
Reflita por um instante, e diga,
Quem voce ve olhando de volta?

É a pessoa que voce quer ser?
Ou há a pessoa que voce deveria ter se tornado?
A pessoa que voce queria ser,
Mas por algum motivo se desviou no caminho.

Tem alguem dizendo que voce não consegue
Ou não pode fazer algo?
Porque voce pode.
Se voce quiser fazer algo,
Quando voce quiser fazer algo.
Nao pense o quão ruim poderia ser o resultado,
Ou o quanto de bom poderia aparecer no final.
Porque quanto mais voce pensar no sim ou no não,
Menores são as chances de voce realizar algo que queira.

Acredite que o amor está lá fora.
Saia e vá procurá-lo.
Onde quer que ele esteja,
Se voce o quer, um dia vai te-lo consigo.
Não precisa ser uma pessoa do sexo oposto,
Ou uma do mesmo sexo.
Não precisa ser um animal de estimação,
Ou uma paisagem entre um milhão.
Somente encontre algo que te encante
E te deixe apaixonado.

Acredite que os sonhos podem se realizar todos os dias.
Porque eles se realizam.
As vezes a felicidade não vem do dinheiro,
Da fama ou do poder.
As vezes a felicidade vem de bons amigos, da família.
E da nobreza silenciosa de ter uma boa vida.

Acredite que os sonhos podem se realizar todos os dias.
Porque eles se realizam.
Se essa história fosse um filme,
A boa e velha Hollywood colocaria um final feliz nesse texto.
Mas essa história não é um filme.
Então só resta a nós mesmos fazermos o nosso final.

Acredite que os sonhos podem se realizar todos os dias.
Porque eles se realizam.
O amor está em todas as cores,
A felicidade está em todos os lugares.
Daltonico ou não, voce só precisa abrir os olhos e enchergar.

Então de uma boa olhada naquele espelho
E lembre-se de ser feliz.
Porque voce, como todos os outros ao seu redor,
Merece ser feliz.

Acredite nisso.

Acredite que os sonhos podem se realizar todos os dias.

Porque eles se realizam.

Eu,

Eu posso dizer isso.

Com certeza.

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ps.1: Onde quer que eu esteja. Voce vai ser sempre a única e a melhor história que já escreveram sobre mim. No futuro eu vou ter uma outra boa razão pra viver. No presente eu só tenho voce. Quanto ao passado, que fique no passado. Te amo. Feliz Aniversário Mãe.

domingo, 12 de julho de 2009

Cada caso é um caso

Se liga nessa idiotisse.
Quando eu estudava no colégio interno, eu saía nos fins de semana (coiza que poucos tinham o mesmo privilégio), comprava uns cigarros, bebidas, biscoitos, salgados até mesmo uns bonés e umas camisetas. Chegava com a muchila cheia de coizas e vendia pra os loucos que não podiam sair porque não tinham pra onde ir. Por quase o dobro do preço.
Mas nunca entorpecentes. Só alcool de vez enquando.
Mas mesmo assim fui taxado como "traficante de drogas".

A quase 4 anos eu estou fora do país.
De repente no meio de uma conversa. Eu fico sabendo que a minha vida inteira eu fui usuário de entorpecentes nivel 3 e 4 (maconha e cocaína, escala estipulada por profissionais do Governo Federal).

Eu nunca neguei e não tenho porquê negar. Sempre gostei de ecstase. Tinha música eletrônica, tinha ecstase.
Mas nunca fumei nem cheirei. Muito pelo contrário. Sempre fui a favor das campanhas anti-tabagismo. Tanto que fiz a minha mãe e o meu pai pararem de fumar cigarros.
Eu acho até mesmo que sou um fumante por amizades. Não entendeu? Eu explico. Quase todo mundo que eu conheço fuma. Se eu não posso fazê-los pararem de fumar. O geito é ficar quieto e apreciar a beleza de cheiro que a fumacinha deles me deixa na roupa e acabar por me fazer respirá-lo também.

O que mais me chateia. É que conviver por tanto tempo com umas pessoas, achando que são amigas, que são boas pessoas, honestas, direitas.
Depois de tantos anos, essas mesmas pessoas possam dizer algo desse tipo da minha pessoa.
Eu nunca fui santo e por isso não me atrevo a falar mal de ninguém (a esse respeito). Se tem alguém que curte um baseado, um mesclado, uma carreirinha, um cristal ou até mesmo uma boa e velha maria joana bolada na casca de milho, o que eu posso fazer a respeito? Creio eu que nada. Até onde possa me afetar, esse não é um problema que eu possa dizer ser meu. Certo ou errado?
Mas ainda assim eles dizem:

-"Quem? O Raphael Leite? Esse cheirava mais que aspirador de pó em dia de limpeza."

Pra alguém falar algo desse tipo a meu respeito. Só pode ser alguém que eu deva ter tido algum desentendimento muito forte. Ainda não posso acreditar que uma pessoa que andava na minha casa possa ter começado uma conversa como esta.
Se bem que chifre é o meu quase sobre-nome. Tanto já levei alguns, como já botei aos montes (na maioria das vezes devolvendo a moeda no mesmo valor, entendeu né? hehe hehe).

Sabe outra coiza que me procupa muito também, a esse respeito. É que pessoas próximas. Digo, muito, mas muito próximas mesmo, ainda conseguem ouvir algo desse tipo e acreditar. Como isso pode ser possível? Mais aberto que o livro da minha vida, só as pernas da Veridiana (essa parte foi uma piada, viu Bocão?).

E ainda tem gente que vive me perguntando, quando eu vou voltar pra Castanhal (PA)?
Primeiro que eu nem queria mais ir pra lá.
Segundo que eu nem queria mais ir pra o Brasil.

Já me chamaram de bossal, mamãezado, de tudo que se possa chamar uma pessoa que por imagem criada pelos outros. Não quer voltar pra casa porque sentiu o gostinho do dinheiro e do primeiro mundo. Merda. Pura merda. Pura babaquice.

Se eu falo que não me vejo no mesmo mundinho de antes. É porque não consigo me ver trancado em uma caverna onde todos sabem tudo de todos (ou pensam que sabem e falam aos quatro ventos tudo que querem que seja verdade).

Eu já vi o sol nascer vermelho e se pôr cor-de-rosa. Já vi o mar encher azul e secar verde. Já vi a água se movendo debaixo do bangalô, como se fosse uma jarra de água gigante. Já vi uns nativos pescarem com lança feita de tronco de árvore. Já vi festas na praia pra comemorar a chegada da primavera, deixando o povo livre de tempestades e furacões. Já vi até lugares onde houveram batalhas que fizeram incontáveis números de mortos e que hoje são solos sagrados.
Voltar pra quê. Pra ir na praça do Estrela no domingo à noite ver o som da Ichiban Sound tocar? Ou pra ir no calçadão no domingo de tarde comer algo nas barracas de cinquentinha? Talvez pra ir em uma das maravilhosas festas da Beer House em um sábado à noite? Quem sabe? Um dia talvez? Porque não?

Pode ser a vida de alguém sendo descrita aqui nesse finalzinho de texto. Mas sem querer ofender ninguém.

Não é essa vida que eu quero pra mim. Não de novo.

Desculpas se ofendi alguém com alguma parte desse texto. Mas creio que o ofendido, no final das contas, sou eu mesmo.