quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Why???





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Why all good things come to an end?




Eu não sou muito de escrever, tampouco de postar o que escrevo.
Faço isso as vezes por prazer, outras vezes faço por que estou entediado ou querendo fazer algo e não tendo mais nada pra fazer.
Tem algumas pessoas que quando me vêem escrevendo algo ou digitando algo no computador, já vira e pergunta se eu estou bem. Hummm...
Por quê a pergunta? "-Porquê você sempre escreve quando está chateado com algo."
Isso é o que eu ouço as vezes.
Mas porque não escrever? Por os seus males pra fora de uma maneira saudável e criativa.
Proporcionar aos que o rodeiam uma oportunidade de te conhecer melhor. Saber o que se passa dentro da sua cabeça.
Não que isso seja realmente de muito interesse dos outros, mas de repente você possa ter algo de interessante pra compartilhar.
Eu por exemplo quase sempre tenho algo de interessante. Nesses últimos 4 anos em que eu vivi fora do Brasil, mais precisamente aqui no Japão, tive muitas experiências incríveis e outras nunca imagináveis por mim mesmo, mas também vivi experiências que não desejaria pra nenhum outro, mesmo não gostando desse outro.
Experiências essas que vão do prazer do sexo e seus mais variados estilos e senssações, passando pela emoção da velocidade em plena metrópole chamada Tokyo e aos redores até a tristeza de se estar rodeado de pessoas, milhares delas e mesmo assim se sentir sozinho.
Eu não fui vizitar o castelo dourado em Kyoto, mas fui ver de perto a cidade que nasceu das cinzas da maior guerra ocorrida no Japão, a Batalha de Sekigahara. Fato esse que de acordo com alguns historiadores, fez surgir o maior de todos os samurais já existentes nessas terras. Miyamoto Musashi.
Eu não fui em muitos restaurantes brasileiros, mas pude apreciar das mais variadas comidas do mundo inteiro, indo desde o fejão com arroz do Brasil, passando pelo lombo saltado peruano, o naan do Nepal, o kare da India, a costela sem osso com molho doce Phillipino, o frango ao molho Thaylandes, até o famoso Ribs do barbeque americano. Sensacional.
Pra algumas pessoas eu sou muito estranho. Pra outras eu sou extrovertido. Pra outras somente engraçado. Algumas até acham que eu sou "very cute". Gente doida essa. Hehe hehe
Tudo isso é irrelevante. O que importa é que eu sou quem eu sou.
Não importa se o companheiro de farra é um macânico saindo do trabalho, com as mãos sujas de graxa e o macacão manchado de tinta ou um Tenente Coronel ainda de uniforme todo engomado que teve um dia cheio de reuniões importantes. Eu vou continuar sendo o Raphael Marques de todos os dias.

Mas como diz o ditado, tudo que é bom acaba rápido.

O que fazer então se não aproveitar.
E eu aproveitei, e muito.
Antes trabalhei cortando carne, trabalhei pondo capa em bancos de carro, fazendo capas de celular, peças de motor automotivo e até lentes de câmera fotográfica. Por incrível que pareça já até fiquei só olhando os outros trabalharem e não deixando eles pararem estaria fazendo um excelente serviço.
Mas de uns meses pra cá foi uma loucura só.
O inglês que eu nem sabia que poderia entender tão bem e ao mesmo tempo falar com tanta fluência.
O japonês que eu ainda acho que não sei nada, consigo ler, entender e me fazer ser entendido.
O espanhol que sempra matei aula pra não assistir pois nunca imaginei que poderia me ser de tamanha utilidade, agora já me perguntam onde estudei essa língua. Línguas com certeza, espanhol nem tanto. Hehe hehe
Contar de 1 até 10 eu já sabia porque a Patrícia Ledoux já tinha me ensinado. Mas cumprimentar e entender perguntas fáceis, quando eu iria imaginar estar no meio de uma conversa em francês e entender do que se trata? Nunca.
Isso é chato pra algumas pessoas? É. Mas não pra mim.
Caminhando pelo centro de Tokyo hoje é tão fácil fazer uma nova amizade, trocar e-mail's, conhecer novas pessoas. Facebook, Myspace, Friendster. Um mundo inteiro aberto aos que se interessam em conhecer novas culturas, novos rostos, novas línguas, Um mundo diferente do nosso cotidiano.

Mas como diz o ditado, o que é bom acaba rápido.

Eu não me importo se já está acabando. O importante pra mim é que eu tenho consciência de que fiz muito e aprendi mais ainda.
Eu achava complicado conviver com a minha própria raça. Mas depois de um tempo você passa a entender que só os problemas, as línguas, os dialetos, as culturas mudam, mas a complexidade continua a mesma.
É sempre difícil viver em qualquer lugar, cercado de qualquer raça.
A mente humana é uma máquina surpreendentemente poderosa, mas comumente usada de maneira errada.
As pessoas se preocupam mais com o que não tem consigo, do que com o que poderiam fazer pra tê-lo.
É mais fácil desejar o que é do próximo do que fazer por merecê-lo.
Mulheres, dinheiro, fama, sucesso. Tudo isso é fácil de se conseguir, o difícil é manter consigo.
Como diz o mestre Martinho da Vila, em Mulheres as sensações foram das mais incríveis às mais inusitadas. Experientes ou não, todas merecem ter a sua parte nessa vida de aventuras e emoções e eu fui parte nisso.
Espero um dia poder sentir, fazer, olhar, proteger, proporcionar, sorrir e chorar tudo de novo.
Agradeço à todos os que estiveram ao meu lado todos esses anos fora do Brasil. Não importando a nacionalidade, o credo, a raça ou a cor. Todos somos a mesma coiza por dentro.
O porquê de tudo que é bom sempre vir e ir? Eu não sei.
O que sei é que aqui, a vida está terminando. Mas ainda há um mundo inteiro lá fora.
E é assim que eu deixo esse texto aqui. Com uma mensagem de que quando você achar que o mundo em que você vive está te sufocando, que já não te faz sentir bem estar vivendo essa sua vida. Simplesmente abra a porta e vá. Pra onde quer que seja. Simplesmente vá.
Com certeza vai ter um lugar pra você lá fora.
O meu tempo de Japão terminow, agora é voltar pra casa, relaxar e preparar o novo rumo pra percorrer.


Feliz Natal e um excelente Ano Novo.
Pra todos os que lerem esse texto e pra os que eles conhecem, gostando ou não.