quinta-feira, 28 de maio de 2009

Desabafo

Porque ao invés de perguntar, sempre mandam fazer?

Eu amo todos dessa familia louca (uns pelos outros).
Mas sinceramente, eu não nasci pra ficar enjaulado.
Não estou sendo exagerado, simplesmente depois de conhecer alguns lugares como Taiwan, Philipinas e Indonesia eu penso que voltar pra casa seria como estar preso em um lugar.
Eu nao tenho filhos (mesmo amando as meninas e o Joao Vitor como se fossem meus) pra cuidar, não tenho esposa pra carinho e segurança como me foi ensinado a fazer.
Não vou dizer que não, mas tenho medo de estar longe se algo de ruim acontecer com a Minha mãe ou o meu pai. Mas ao mesmo tempo eu tenho certeza que eles podem cuidar de si mesmos melhor do que eu poderia, se estivesse presente.
Eu sinto falta da comida da Dona Lúcia, das brincadeiras com o João Vítor e a Fernanda, das discussões com o Bruno, sinto falta de ligar pra Dona Lúcia e perguntar se ela está em casa estando bem na frente do portão da casa dela, sinto falta de tomar o cafe da manhã com o Seu Leite lá no ponto do Tio Leônidas (leite e tapioca com manteiga), sinto falta de sentar em frente ao Nosso Ponto no final da tarde, tomar uma fanta uva de garrafa de vidro (a melhor que já existiu), ler o caderno de atualidades e falar mal da vida alheia (na maioria dos casos o assunto era "quem foi corno essa semana" rsrs), sinto falta de ir lá no Simão enxer a paciencia dele com perguntas sobre eletronica (mesmo quando em algumas das vezes eu nem mesmo entendia o que ele falava, rsrs), sinto falta também das aventuras e desventuras castanhalenses.
Sem contar na falta que faz dormir numa cama quentinha, só de cuecas, sentindo o vento frio da madrugada e acordar com o latido do cachorro da vizinha ou com a gritaria do João Vítor (eu adorava essa parte).
Enfim.
Eu sinto que tenho um mundo inteiro pra conhecer e tão pouco tempo pra faze-lo.
Ja tenho 30 anos e ainda nem comecei a caminhar.
Tenho certeza que um dia eu volto pra casa. Só não tenho certeza de quando e como.
Tenho certeza também que as pessoas que dizem sentir saudades, vão entender que mesmo estando longe, as pessoas também podem ser felizes.
Sinto pesar, por não assistir ao mais belo momento da vida do ser humano, que é a passagem da infancia para a fase adulta, do meu sobrinho e sobrinhas. Sempre me senti como se fosse o pai deles (ou algo parecido). Talvez por ter tido alguns tios-pai sempre por perto (Tio Pedro, Tio Fernando* e Tio Jair). Talvez por ter tanta vontade de ser pai, ter tanto amor e carinho pra dar sem a necessidade de receber algo em troca. Talvez por ter tido tantas lições de como ensinar os filhos a ser bom e humano ao mesmo tempo. Talvez por isso eu sinta uma necessidade de estar presente na vida deles.
Mas apesar de tudo isso, tenho certeza que todos vão ser excelentes pessoas e terão um futuro grandioso pela frente.
Quando eu penso na época da adolescencia (ou aborrescencia), eu lembro do quanto era bom ir pra praia com os primos e os amigos, do quanto era bom sair da escola e ir pra praça fazer nada no fim da tarde ou pular o muro da escola pra tomar café da manhã em casa (isso quando era leite peidão e bolacha de sal na merenda escolar, rsrs, quando era yogurte e bolacha doce eu entrava na fila umas 3 ou 4 vezes, rsrs).
Quando penso nas burradas que já fiz, penso também que poderia ter feito burradas melhores, penso que poderia ter feito muitas coizas melhores.
Quando sinto vontade de voltar pra casa, vejo uma vastidão de lugares que eu poderia conhecer, sinto um turbilhão de emoções que eu poderia sentir, vejo um clarão de luz que poderia me fazer ver melhor a vida que eu tive e que eu poderia ter, mas o que eu não vejo e também não sinto é a vontade e/ou necessidade de voltar pra casa. Aí o pensamento se vai e os olhos começam a brilhar, imaginando como seria a vida daqui pra frente.
Alucinante ou alucinada?
Emocionante ou emotivada?
Todos temos o nosso sonho de consumo, o nosso desejo de termos algo de bom nas nossas vidas.
Eu também tenho todos esses sentimentos e desejos.
Eu sonhava em acordar de manhã, tomar café ouvindo o choro de quem não quer ir pra aula, deixar os filhos na escola, ir trabalhar no meu proprio escritorio de consultoria, sair pra almoçar com a esposa, pegar as crianças na escola depois do almoço, voltar pra casa no final da tarde e encontrar uma bagunça das grandes na sala e dar uma bronca nos "bambinos". Sempre sonhei com uma vida normal.
Mas quando agente cresce e conhece tantas pessoas diferentes, tantas culturas diferentes da nossa, aprende a falar tantas coizas totalmente diferentes das que estamos acostumados no dia-a-dia. Não dá pra ser como antes.
Sinto muito.
Mas voltar pra casa está ficando cada vez mais distante no meu pensamento.

Seja o que Deus quiser daqui pra frente.
Espero que todos compreendam e me desejem sorte nessa empreitada.
Quem sabe um dia um vento do litoral me leve de volta pra casa.
Quem sabe um dia uma garrafa chegue trazida pelas ondas do mar e quando alguem a abra, eu apareça.

Quem sabe?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Desculpas

Eu não vou mais postar o livro que eu estava lendo.
Primeiro: porque eu nao gostei do final da historia.
Segundo: porque eu nao sei onde esta o livro. Devo ter deixado em algum lugar entre o aqui e o ali.

Desculpas a todos que se interessaram poela historia.

Mudando de pau pra cacete. Imaginem voces que estao no Brasil. Que o governo japones esta ficando cada dia mais esperto. Coisa que muita gente duvida, ja que eles nao inventam nada, so copiam com melhorias e poem no mercado com outro nome.
Antes eles queriam que todos os brasileiros que quisessem viver no Japao por muito tempo, passassem a trabalhar e pagar os impostos como os japoneses. Ate ai tudo bem.
Depois eles ficaram pensando (coisa que nao fazem muito), e decidiram que era melhor pra o governo, se aumentassem o valor dos impostos pra o estrangeiros, valor um pouco menor pra os que tenham o visto de permanencia e nao o temporario (normalmente de 3 anos).
Agora vejam so. Como ninguem esperava por uma crise como essa que estamos passando (culpa dos banqueiros americanos que inventaram de vender casas de meio milhao pra quem so ganha meia centena de dolares e gasta mais que o dobro com despesas), os japoneses decidiram fingir que estavam ajudando os dekasseguis (tambem conhecidos como os sem-teto), dando uma ajuda de custo para os mesmos.
Quando eles viram que o dinheiro nao ia dar conta do recado, pelo motivo de que a economia nao iria crescer em tempo habil pra repor com os impostos das fabricas e dos contribuintes normais (ou anormais), eles decidiram "inovar".
- Vamos financiar a passagem de volta para o Brasil.
Isso significa que tu poderia pagar a passagem parcelada na prefeitura da sua cidade. Caso que voce so poderia efetuar em 3 estados japoneses e somente um deles tem uma concentracao de brasileiros relativamente grande. Ponto pra o governo "estadual".
Mas dai veio os federais "too smart" e decidiram que isso nao ia vingar. Dae devidiram pensar de novo.
Eu sempre digo.
- Quem muito pensa, responde errado no vestibular e reprova no teste do DETRAN.
Melhor que financiar as passagens seria oforecer uma ajuda para o retorno nao ser com uma mao na frente e outra atraz. Boa ideia?
Primeiro, se voce aceitar essa tal "ajuda", nao pode mais retornar ao Japao por longo periodo. E como se fosse um -"Vaza e nao volta mais, vagabundo."
Uma pena.
Parece que eles querem extraditar todo mundo e nao sabem como.
Quando um "bom samaritano" resolve aparecer na midia com uma ideia inovadora. O coitado e vaiado e ainda levou uma saraivada de tapas no congresso, quando expos a ideia. Que era a seguinte:
-"Da a esmola pra esse bando de vagabundo ir embora e diz pra eles assinarem um documento dizendo que se eles quiserem voltar, devem pagar o dinheiro de volta pra o governo."
Ainda bem que eu nao estava la. Se nao ia dar era uma dedada no toba desse maldito. Agente trabalha feito doido. Entra as 8h, tira meia hora pra almocar, para la pelas 17h pra tomar um suco com pao e sai la pelas 20 ou 22h quebrado. So o caldo da carne seca. E ainda me aparecem com umas ideias como essas pra fingir que querem ajudar.
Se eu fosse o Hiro Nakamura, ia por o cabo de vassoura na metade desses malditos e a outra metade eu ia por no micro-ondas.

E ainda tem gente que me pergunta se e bom morar aqui.
Passar umas ferias e muito bom. Morar e normal e aceitavel. Viver e quase impossivel.
A sorte de algumas pessoas (como a minha), e ter um patrao metade keniano, metade ingles e trabalhar em um lugar onde tu podes conversar em portugues, espanhol, ingles e ainda aprender tagalo (lingua philipina, mesmo que seja so palavrao, hehe hehe), poder atender o celular quando quiser (salve os fones bluetouth) e ainda dar em cima das mulheres (essa e a melhor parte).
Resumindo, quando eu voltar pra o Brasil. Vou me candidatar a deputado, e implementar uma lei que exija ate a assinatura da tataravo do maldito que queira entrar no brasil e ainda por uma tornozeleira com GPS pra esse povo aprender como e se sentir perseguido e observado por todo lugar onde se anda.
Eu (falando por mim mesmo), nunca sei se eles estao olhando mais um cara muito feio andando nas ruas ou estao olhando um cara que propavelmente deve estar morando debaixo da ponde de Hirasawa, porque nao tem onde morar, ja que esta sem emprego e sem dinheiro ate pra comer.

Com essa crise da gripe das galinhas, do porco, da vaca louca, e da nega do codo. Os americanos estao exigindo exames de sangue nos maiores aeroportos de la agora. Imagina que eu vou ter que mostrar meus globulos pra esses malditos agora tambem. Vai saber o que eles vao fazer com a amostra de sangue depois. E parecido com o teste do pezinho. Mas e dai, e uma amostra de sangue do mesmo geito.

Sabe o que os malditos falam aqui?
- Eu adoro o brasil. Quando for la quero ver de perto aquelas tribos indigenas de tem as mulheres andando nuas pra todo lado.
Eu creio que ele se referia ao baile de carnaval do SkalaGay. Porque eu nasci em Altamira (estado do Para) e nunca vi nenhuma india andando nua pelo meio da rua. Ja vi em cerimonias tribais.

Arfff...

Tenho que ir trabalhar. Outro dia eu posto alguma coisa mais. Acho que vou na Disney agora em Junho. Dae posto algo sobre o sonho de consumo de todo ser vivo (normal) do mundo. Quem nunca sonhou em tirar uma foto com o Mikey, a Minie, o Pato Donald ou o Pateta (o meu preferido).
Vou indo. Bom fim-de-semana pra todos voces que me leem.
Xeru...
Fui...