sexta-feira, 12 de março de 2010

Mente e corpo

MENTE e CORPO

Interview with the vampire

Quando entrei, dei de frente com ela. Tão branca que chegava a parecer transparente.
Tão loira que parecia ser de plástico os cabelos dela.
Aquela boca poderia causar a terceira grande guerra.
Aqueles labios poderiam fexar o Mar Vermelho bem diante dos olhos dos judeus.
Os olhos de tão azuis, pareciam ser bolas de gude. Translucidos pela luz negra.
O pescoço. A o pescoço! Aquele pescoço escultural, tão perfeito que parecia ter sido torneado por um artesão marajoara.
Assim que a vi, deu vontade de ir ate ela e perguntar seu nome. Mas a timidez foi mais forte.
Mesmo com a minha mente dizendo para não ir, meu corpo lutava pra que eu fosse ao encontro dela.
A cada instante que passava, a vontade aumentava de uma maneira inexplicável.
A música fazia com que o meu corpo se movesse em um ritmo alucinante.
Mas o meu corpo só pensava em uma coisa, ir ate aquela menina e perguntar seu nome.
Lindas meninas, mulheres praticamente perfeitas, de todos os aspectos imagináveis, ao meu redor era como se fosse um paraíso na terra.
Mas o meu corpo só pensava em uma mulher. Em um lugar. Em uma só ação, com uma só reação.
Ir ate lá e perguntar o nome dela.
As mãos suavam como se estivesse malhando a horas. A garganta, mesmo com uma bebida gelada nas mãos, parecia seca como areia.
Um frio de congelar um sopro e o meu peito suava como se estivesse em uma praia.
Ainda assim o corpo pedia pra ir, mas a mente dizia pra ficar.
As horas passavam. As musicas ficavam mais alucinantes.
Um balanço aqui. Uma mexida ali. Uma troca de olhares de um lado. Um sorriso maroto do outro.
E a noite passava como se fosse segundos. Apertado por um espremedor de limão.
No meio de uma conversa descontraida em frente ao bar.
Alguém oferece uma bebida se eu abrir espaço. Eu olho pra ver quem é. Booooom.
A pele esquentou. As mãos suaram de repente. As letras sumiram da minha boca.
De toda a ecleticidade contida na minha mente, só restou uma coisa. O branco do nervosismo extremo.
Então. O corpo sobresai a mente, assumindo o controle e movendo uma imensa quantidade de músculos.
Deixando sair uma simples e notória palavra.
"Oi."
As guerras cessaram. A tristeza sumiu da face da terra. A fome foi sanada.
Somente a paz reinava em solo mundano. Sorrisos a mil por todos os lados.
E a única fome existente é a de conhecimento.
De uma simples palavra surgiu um imenso e continuo dialogo.
De uma simples e corriqueira conversa, surgiu um clima quente e sensual.
A ponto de fazer cm que mãos se tocassem. Pelos se eriçassem.
Lábios se molhassem e se tocassem. O corpo literalmente assumiu o controle.
A mente só se faz presente como parceira. Compreendendo as necessidades carnais alinpresentes e tão claras.
O clima esquentou de tal maneira que já se falava em poderes de persuasão.
O que uma conversa pode fazer com um casal em comum acordo de pensamentos e intenções.
Nada sadias intenções.
Foi aí que o corpo tomou a maior de todas as decisões da noite.
Decisão que poderia dar um final perfeito, como também poderia arruinar todas as expectativas de ambos. Mente e corpo.
Foi aí que ele decidiu chamar a perfeição em forma de mulher pra ir a algum lugar mais privado.
Para poder ter um contato mais próximo e por todas as teorias, que antes estavam pairando no ambiente.
Na mesa ou no sofá ou ate mesmo na cama.
Um sorriso enorme foi enviado em direção oposta.
Fazendo com que o corpo já se imaginasse na, totalmente inexperada, sexual situação.
Todos os sentidos estavam totalmente a flor da pele. Todo e qualquer movimento, gerava um frenesi incompreensivel.
Os dois levantaram em uma sincronia quase perfeita.
O olhar de soslaio, fitava aquele corpo escultural quase que se fazendo usar por ele ali mesmo.
Em publico.
Os dois caminahndo em direção da porta principal. A placa indicando a saída parecia dizer exatamente para onde aquele casal deveria ir.
A mente já estava de comum acordo com o corpo, de tal maneira que os pensamentos surgiam sujos como o sexo casual.
Ao atravessar a porta, o corpo escuta ser chamado bem ao longe.
Ao olhar pra traz. A luz do sol, quase que cegando os olhos do corpo, mostrou o caminho a ser tomado.
Ao escutar o nome mais uma vez, o corpo percebeu o que a mente estava tentando fazer com que ele entendesse.
A noite inteira.
Aquilo não passou de um sonho e já estava na hora de acordar.
Ela pode ser controlada pelos desejos do corpo. Mas a mente sempre tem o controle da situação.

Raphael Marques