quinta-feira, 12 de março de 2009

Family Remains

Não existe nada mais importante.
É com eles que queremos rir nos tempos bons e são eles que nos consolam nos dias ruins.
Quando voce acorda de manhã e pensa que tudo vai ser igual a todos os outros dias. Calmo, corriqueiro, ensolarado e cansativo.
Voce se depara com um problema aqui, outro ali e de repente voce tem uma bola de neve prestes a esmagar voce por inteiro quando começar a rolar.
Voce procura um amigo pra lhe aconselhar. Conversa com um professor que sempre te dá boas dicas de como levar o dia-a-dia. Navega na internet pra ver se encontra alguma resposta mais amena pra essa situação. E continua na mesma.
Aí é que voce percebe que está procurando a resposta no lugar errado.
É na família que estão as respostas pra quase todos os males. É entre família que devemos andar nos caminhos tortuosos. É com a família que devemos discutir os assuntos mais delicados e é a família que provavelmente vai solucionar todos esses problemas.
As famílias agem diferente quando o assunto se trata de segurança. Algumas tentam encontrar na natureza, tais respostas, quando o assunto se trata de saúde. Outras fixam a ciência como algo que pode revelar mistérios quase que indecifráveis. Mas independente do tipo de família ou da certeza se realmente se encontra em família, e junto deles que devemos procurar a solução para os nossos males.
E mesmo que acredite estar na hora de voce seguir seu próprio caminho, as vozes deles ainda ecoam nas suas mentes. E algumas vezes não podemos fazer nada mais que simplesmente prestar atenção.
Quando se esta longe de casa, voce passa a enxergar as coisas de modo diferente.
A comida tem um gosto impressionante, mas te faz lembrar o quanto voce esperneava por causa daquele prato que não suportava, mas tinha que comer. Que falta voce sente, não?
O suco com leite que voce achava insuportavelmente ruim, comparando-se a bebida gelada, sem gosto algum e altamente alcoólica que voce esta prestes a experimentar pela primeira vez, te dá uma perspectiva do quanto aquele suco, servido no lanche da tarde faz falta.
O bolo com cravinho ou o mingau com louro e canela que voce deixava passar, parece um manjar dos deuses quando se tenta apreciar algo incrivelmente bonito, mas totalmente sem gosto, alem do doce sabor do chantilly e do morango em cima. Que falta faz aquele mingau de milho quentinho do domingo em família.
Quando voce esta viajando e se depara com uma estatua esculpida em pedra vulcânica, uma vista do oceano com aquela praia linda de areia branca e a água tão límpida quanto um copo de cristal e com aqueles navios que parecem tão pequenos estando em alto mar, aqueles hotéis enormes e luxuosos que voce só via nos filmes da TV, aqueles carros luxuosos que voce ficava horas admirando nas fotos das revistas.
Tudo isso te deixa tão nostálgico a ponto de sentir saudades dos bonequinhos de maça de modelar que voce levava pra praia quando era criança, passava o final de semana com a família inteira em uma casinha que mal cabia somente a sua família e ainda tinha que sobrar espaço pra o carro usado que ainda estava lotado com os colchonetes e as redes de dormir.
Quando voce encontra pessoas novas em lugares impressionantes, falando diferentes línguas em diferentes dialetos, voce fica admirado com a complexidade do mundo que te circula, raças, cores, credos e tudo aparenta ser muito simples e ao mesmo tempo complicado. Voce tenta conversar da forma mais inteligente e polida possível e ainda sente que não está perfeito, olha ao redor e pensa estar sendo alvo de olhares incômodos e tratantes. Aí voce se lembra de quanto era infantil quando criança e se encontrava em situações que pessoas falavam errado o próprio idioma, trocavam letras no meio das palavras, colocavam palavras sem nexo no meio das frases pensando estarem falando de maneira culta. Aí voce passa a perceber como as pessoas ficavam observando e tentando disfarçar o sentimento de estar sendo avaliado a todo instante. Aí voce passa a ter vergonha de rir dos erros, por mais simples que sejam, pois nesse exato momento, voce é o motivo dos risos. Mesmo que alguém se desculpe e diga que o seu “sotaque” é engraçado, ainda assim os risos são por sua causa.
Aí que voce sente saudade dos dias em que sua mãe chegava e dizia pra pegar um caderno e um lápis, pois ela iria começar a ditar as palavras. Saudade do tempo em que voce tinha que estudar em casa de noite, pois de manhã e de tarde já estava ocupado com a escola e os cursos extracurriculares. Saudades do tempo em que voce não podia ir ao clube no domingo, pois tinha prova de história na segunda.
São momentos como esses que faz falta quando voce esta longe de casa. Longe da família. Longe dos verdadeiros amigos. Longe de tudo o que voce conheceu por toda a sua vida.
São momentos como esses que te da vontade de voltar pra tudo isso.
Relativamente falando da sua vida. Falando de voce.
Agora, falando da minha vida.
Ainda tem muito chão pra rodar.
Vejo vocês por aí.
Um dia quem sabe.
Saudades de todos vocês.

Um comentário:

  1. mais um lindo texto teu :) difícil comentar sobre ele, nunca estive longe assim da minha família por muito tempo assim.

    as situações nostálgicas foram ótemas! hehe, quem nunca passou por uma situação daquela? de ir pra praia e ficar todo mundo socado na mesma casa? :P e o colchonete no carro? hehehe, selado..

    pra finalizar..vc tem razão: qdo tudo parece perdido, é na família que vc encontra o caminho.

    beijos!

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